terça-feira, 10 de maio de 2011

HIPÓLITO, por Eurípides

Eurípides, junto com Sófocles e Ésquilo, é um dos maiores autores de tragédias da Antiga Grécia; aliás, as tragédias de Eurípides são consideradas o protótipo das tragédias actuais.
Afrodite, deusa do amor e da beleza e uma das mais poderosas das deusas, tem raiva a Hipólito, filho de Teseu, por este resistir às tentações da carne, optando por venerar Ártemis, deusa da caça e da castidade. Furiosa, faz com que a sua madrasta Fedra, irmã de Ariane que Teseu abandonou em Naxos, se apaixone loucamente pelo enteado, esperando com isto punir Hipólito pela sua resistência aos encantos do amor. Assim, Fedra vê-se atormentada pela sua paixão impossível pelo filho do seu marido, acabando por confidenciar à sua ama a sua angústia; esta, preocupada com a sua senhora, confessa tudo a Hipólito que, horrorizado, não acredita. Fedra ouve a confissão e não aguenta a vergonha, acabando por se enforcar; contudo, para morrer honradamente, antes escreve uma confissão endereçada a Teseu na qual conta que se matara por não aguentar a vergonha de Hipólito a ter violado. Ao regressar a casa, Teseu lê a carta da esposa morta e pune Hipólito, expulsando-o da cidade e invocando o deus Poseídon, seu pai, para que lhe lançasse uma calamidade, que não tarda a acontecer, visto que Hipólito é mortalmente ferido pelos seus cavalos descontrolados quando saía da cidade. Os seus servos carregam o corpo do moribundo Hipólito a casa e é então que surge Ártemis que conta a Teseu do plano de Afrodite e da mentira de Fedra, contudo se a condenar, pois esta havia sido vítima de uma deusa. Teseu, compreendendo tudo, segura o corpo do filho em agonia; Hipólito perdoa-o, pois tinham sido todos vítimas de Afrodite e expira nos braços de seu pai.

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